Não estamos falando do companheiro do Pedro no seriado Carga Pesada, mas sim de uma versão envenada do Corcel, bem do iniciozinho dos anos 1970 e que foi objeto de testes na Revista 4 Rodas na época. A partir da versão Standard Coupê, a Concessionária Ford Bino de São Paulo oferecia uma versão apimentada com o mesmo nome. O carro tinha motor 1.5 (o original era 1.4) com dupla carburação, escapamento Kadron, faixas pretas, capô com falsas entradas de ar, rodas de magnésio e pneus especiais aro 13, além de um painel de instrumentos completo, vidros verdes e console exclusivo. Atingiu nos testes da revista a velocidade máxima de 146 quilômetros por hora. Podia se comprar o carro pronto, o kit completo ou mesmo em partes, ao gosto do freguês.
A Bino Veículos, de São Paulo, comercializava em 1970 um kit com dupla carburação, escapamento Kadron, rodas de liga leve com pneus Pirelli Cinturato CN-36 e ampla instrumentação no console. Não faltava o volante pequeno, "tipo Fórmula 1". A velocidade final não aumentava muito, mas a aceleração sim: de 0 a100 km/h em 15 segundos. Kit bino:
Essa versão do Ford Corcel preparada pela Bino-Samdaco foi um marco. Todo mundo queria um Corcel assim, um sonho quase impossível, pois o Kit completo era bastante caro, quase 50% do preço de um Corcel novo. Quem não tinha tanto dinheiro, colocava apenas alguns equipamentos ou apelava só para o emblema da Bino, que virou uma coqueluche dos anos 70...
BELINA DA EQUIPE GRECO EQUIPADA COM KIT BINO
Em 1971 a mesma Bino já trabalhava mais o motor. Oferecia um comando de válvulas "da casa" ou o famoso Iskenderian importado dos Estados Unidos. O coletor de admissão também era alterado, por causa da carburação dupla oferecida opcionalmente, e juntas de cabeçote especiais aumentavam a taxa de compressão. Claro que usava a boa gasolina azul da época -- de octanagem igual à comum de hoje, só que sem álcool.
o Ford Corcel Bino era preparado para competições, com a instalação de frisos e aumento da potência do motor. Estes carros eram praticamente montados na mão, com chassi e motor Ford e freio importado
As duas ultimas fotos acima, são do programa “Carro é Notícia” da antiga TV Rio, apresentado por Denis Miranda e André Queiróz. Os caras levavam os carros para o estúdio. Vejam que belezinha de Corcel.
Ah, sim, tem um GT40… Prototipo nacional da Willys na decada de 60 (Capeta) Bino , detalhe da grade dos farois lembra muito o corcel Zerinho esquecido no tempo...
04 à 13 de Julho de 1971
Largaram em Fortaleza... 116 carros. O Rallye foi uma loucura, (infelizmente teve mortes). As médias impostas pelos organizadores foram altíssimas. Só pra ter uma idéia, o tempo de viagem imposto de São Paulo para Curitiba foi de 3 horas (a Régis Bitencourt não tinha pista dupla)!!!
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O 1º Rali da Integração Nacional, realizado em 1971, percorreria o Brasil de Norte a Sul, desde Fortaleza até o Chuí, num percurso de quase 5.000 km, intercalado por algumas provas de prime contra o relógio. Caracterizou-se pela enorme briga entre o batalhão de carros da equipe Ford (4 Corcel e uma Belina, todos com kit Bino de 1440 cc) capitaneados pelo Greco e o solitário Puma de Jan Balder/Malowski, que acabou vencendo na geral. Este rali nada mais era que uma tremenda propaganda do Ministério dos Transportes do Governo Médici, época do Brasil Grande, Ame-o ou Deixe-o, Dom e Ravel. O que não tira o mérito da ddupla vencedora. No Rali, duas vítimas: uma fatal, o piloto gaúcho Zaffari que capotou seu Dodge Dart. A segunda foi Tite Catapani que capotou seu Corcel perto de Gov. Valadares, sendo operado naquela cidade para retirada do baço.
Enquanto isso, nos porões da ditadura o pau comia solto. Literalmente.
Primeiro lugar o Puma de Jan Balder/Malowski Segundo lugar o Corcel de Goldberg... Terceiro lugar Em Fortaleza, mecânicos colocam as baratas em ordem. Essas são os Corcel da Ford/Greco... Autódromo Virgílio Távora, Fortaleza, 04/07/1971... Roteiro Rallye da Integração Nacional...
Fotos, perguntas, dados técnicos, propagandas antigas, tudo que diga respeito especificamente ao Ford Corcel e derivados.
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Você sabia?
Na época do lançamento do Corcel, na qual imperava a cultura "VW a ar" - de extrema robustez mecânica e de suspensão - dizia-se que suas cruzetas eram tão frágeis que, para quebrá-las, bastava esterçar completamente as rodas e acelerar fundo. Outro boato era o de que o reservatório do radiador, feito em Pyrex, estourava com facilidade, fazendo com que o motor fervesse em subidas. Fosse ou não verdade, o fato é que a Ford foi bem mais ágil do que a Willys em sanar os pontos fracos do projeto Renault - vale lembrar que o Corcel descende do Gordini - e fazer dele um campeão de vendas nos anos 70, algo não conseguido com os projetos originários da própria Ford, como Galaxie e Maverick.